“Iabá, YabáouIyabá , cujo o termo quer dizer Mãe
Rainha, é o termo dado aos orixás femininos Yemanjá e Oxum, mas no Brasil esse
termo é utilizado para definir todos os orixás femininos em geral”
HISTÓRICO:
O Espetáculo Lenda das
Yabás ficou em cartaz durante ininterruptos 8 meses no Centro Cultural Ensaio
(entre Janeiro e Maio) e no Teatro Sesi Rio Vermelho (entre Junho e Agosto).
Com texto e direção de Fabio S. Tavares (Benedita, Fogueira, Escombros,
Quadrilha) essa é a segunda montagem da Companhia de Teatro Terra Brasilis que
em 2009 montou o espetáculo “Escombros” e passou os últimos anos se dedicando a
manutenção do Centro Cultural Ensaio, que é a sede do grupo em
Salvador-Ba.
Foram dez meses de
exercícios, laboratórios, ensaios e discussões a cerca do tema escolhido pelo
grupo para encenar. Processo iniciado em 09 de Março de 2012 que teve a sua
estreia oficial em 12 de Janeiro de 2013. Profissionais como Elaine Cardim,
Jorge Santos, entre outros, contribuíram
para o processo de construção do texto que já tinha 11 anos de escrito,
e que finalmente chegou ao publico em 21
de Outubro de 2012 em forma de Leitura Dramática dentro da grade de
encerramento do IIIº FETA.
O espetáculo que trata
a ancestralidade da cultural Afro realizou oito apresentações (entre 12 e 27)
ao longo do mês de Janeiro como pré-estreia obtendo uma excelente receptividade
da critica e do publico que lotou o
Centro Cultural Ensaio todos os dias, tendo ainda realizado duas apresentações
extras incluindo apresentações em horário alternativo para colégios. Durante o
mês de Fevereiro o grupo realizou apresentações nas Praças do Centro Histórico
de Salvador (Projeto Espicha Verão e na Feijoada de Ogum de Ronda - Memorial
das baianas de Acarajé) além de apresentações para Colégios.
SINOPSE:
A encenação apresenta a
história da ancestralidade da cultura afro-brasileira utilizando-se das lendas
de sete Yabás: Yansã, Obá, Ewá, Oxum, Nanã, Otim e Yemanjá descrevendo a fúria
de um Deus (Olorum) que age de acordo com suas emoções. O espetáculo traz os
Orixás em forma humana e sua dramaturgia valoriza a oralidade das personagens
frisando que todo ser vivo possui uma parcela divina sendo capaz de se conectar
com Deus com base nas suas energias e ações emitidas.
A história contada
pelos atores da Companhia de Teatro Terra Brasilis se localiza num passado e
tempo indefinidos onde revoltado com a destruição e discórdias que os homens
vêm causando a aiê (Terra) Olorum infertiliza as mulheres (as Yabás) e prende a
chuva para que a terra fique seca causando a extinção da raça humana. Exu, que
consegue chegar a Olorum tornando-se guardião do segredo que poderá salvar os
homens e a Terra da destruição aproveitando-se da situação e ao longo de toda
história causa diversas armadilhas buscando a vingança pelo mau que os homens
lhe causaram exigindo festa e comida para revelar o segredo até que Oxalá vem
ao reino de Xangô para selar a paz entre Olorum e os homens transformando-os em
orixás e conscientizando os Seres que ali antes viviam sem valorizar o que lhes
é dado de forma generosa pelo Deus Maior.
AS PERSONAGENS
Nanã, que é a mais
antiga dos orixás, surge no texto como uma grande ialorixa e sacerdotisa que
conduz os festejos, impostos por Exu, em agradecimento por este ter conseguido
chegar a Olorum desvendando os segredos para que o Deus maior devolvesse a paz
a Terra. O espetáculo traz os Orixás em forma humana e enfatiza que todo ser
vivo, por possuir uma parcela divina, é capaz de se conectar com Deus com bases
na energia e ações emitidas a outro ser e por isso Exu conseguiu chegar a
Olorum e descobrir os segredos para trazer a concórdia a Terra.
O mesmo Exu que trará a
paz também conduz a ciumenta Oxum, causando intrigas e discórdias entre as
demais Yabás, utilizando da obsessão que mesma sente pelo amor de Xangô, que
por sua vez vive com suas quatro mulheres no palácio onde se passa toda a
historia.
Cada uma das Yabás com
seus signos traz em si a representatividade da essência e força feminina que
ganham destaque na encenação que tem um misto de religiosidade popular e
sensualidade profana. Yansã representa a figura da mulher contemporânea e
independente, que segue sua intuição e vontade sem se curvar aos caprichos ou
preconceitos de uma sociedade (e por isso é a preferida de Xangô). Obá
representa a evolução feminina em busca da igualdade, sua personalidade vai da
típica dona de casa que se esmera ao máximo para agradar seu marido - sendo
vítima de diversas injustiças - até a descoberta da força que muitas mulheres
trazem dentro de si e desconhecem. A grande lição de Oba vem quando ela dá um
basta na situação que vive e com isso se torna uma grande guerreira. A menina
yewá, representa o romantismo e inocência feminina. Demonstra sua força na
revolta pela desilusão amorosa que sofre após cair numa das muitas armadilhas
criadas por Exu. Ela é salva da fúria de Yansã por Oxossi que a leva para a
mata e lá descobre essa força e volta para se vingar de Xangô que tentou
seduzi-la. Oxum, sempre orientada por Exu, ao longo da história se utiliza da
sua beleza para seduzir e orquestrar situações com o intuito de afastar as
outras mulheres de Xangô, até que Oxalá vem ao reino para selar a paz e
transformar os homens em orixás.
EXPOSIÇÃO BAHIA
MINHA PRETA, WORKSHOP CRU - CRENÇA, RAIZ E UNIVERSALIDADE.
Dentro do processo de
construção do espetáculo foram despertadas outras possibilidades e o projeto
ganhou o nome de Olubajé (que no candomblé é um ritual especifico para o orixá
Obaluayê, que tem o significado de prolongar a vida e trazer saúde aos
participantes) que integra uma série de Workshops intitulada de “CRU” que é uma
sigla para Crença (um debate), Raiz (uma Oficina) e Universalidade (um bate
papo entre lideres de diversas religiões que será aberto ao publico) além da
Exposição “Bahia Minha Preta” que reúne obras – entre quadros, turbantes,
esculturas artesanais e exibição de fotos e filmes – que objetiva homenagear a
cultura Afro da Bahia e suas raízes trazendo objetos de personalidades baianas
além de quadros sobre o processo de ensaios e laboratórios do espetáculo.
Independente e a cima
de discussões acerca de raça ou religião, o Texto “Lenda das Yabás” traz à tona
a história da ancestralidade da cultura afro-brasileira, bebendo da sua
fonte mais pura ao se utilizar das
lendas de sete Yabás (orixás femininas):Yansã, Obá, Ewá, Oxum, Yemanjá, Otim e
Nanã.
Entrelaçando os contos
dessas divindades, o elenco da CTTB estimula o público a conhecer uma história
intensa oferecendo diálogos diretos criados com o intuito de humanizar as
personagens centrais e visando captar a atenção absoluta do espectador quase
transpondo-os para a encenação sem que necessariamente sejam puxados para ela,
o que acontece naturalmente com o sambão de roda promovido pelo elenco que
encerra o espetáculo num clima de celebração e festejo.
O Texto, que tem uma
construção narrativa, cenários e figurinos artesanais, conta a lenda das Yabás
passando ainda por outros Orixás como Exu, Xangô, Ogum, Omolu e Oxalá, os
quais têm sub-contos dramatizados com a
intenção de levar ao público um conhecimento sobre as lendas desses orixás sem
desrespeitar o conceito de cada um deles.
MUSICA AO VIVO
PRODUZIDA PELO ELENCO
A musicalidade está
presente na encenação com atabaques que pontualmente dão o clima e vestem as
cenas com a leveza ou peso necessários para a construção cênica. Todo o som
produzido ao vivo pelo elenco vem em função da expressão dramática e não se
sobrepõe a ela. As musicas do espetáculo são originais e criadas pelo elenco
com letras de Fábio S. Tavares. Basicamente sons de percussão sem interferência
mecânica compõem a trilha sonora. Com
esses elementos o, também produtor, Fábio S. Tavares, projetou um espetáculo
que reitera o papel do ator no processo criativo - isso pôde ser conferido com
os pequenos vídeos que foram lançados semanalmente em redes sociais, com
imagens do processo de criação ao longo dos 10 meses de ensaios - enfatizando,
sobretudo, o corpo e o leque de expressões possíveis em que ele se pronuncia em
cena: da dança à pantomima. A montagem produziu personagens que nascem do
natural e não do realismo (numa interpretação tipicamente Stanislavskiana),
buscando também uma técnica que envolve o ator na sua totalidade: mente, corpo,
gesto, palavra, espírito, matéria, interno, externo (tendo inspiração na obra
do teórico Grotowski). Elas são, no entanto, espelhos do real, mas distorcidos
pelo manejar do ator. Nesse embalo
foram fundidos diversos elementos da dança contemporânea com o naturalismo da
interpretação, sem perder, no entanto, a dinâmica cênica que o texto
reclama.
SOBRE O DIRETOR E
DRAMATURGO:
Produtor Cultural,
Diretor Artístico e Dramaturgo, em Outubro de 2009, após ter ministrado um
curso de Teatro no Teatro Castro Alves, Fábio S. Tavares fundou o Centro
Cultural Ensaio (CCE) nesse espaço, voltado para realização de experimentos,
laboratórios, produção e divulgação de grupos artísticos e artistas
independentes, realiza suas pesquisas voltadas e desenvolvidas nas produções da
sua Companhia de Teatro Terra Brasilis (CTTB) formada por um elenco de vinte
artistas (atores, atrizes e músicos). No CCE existe uma crescente realização e
produção de eventos artísticos nos mais distintos segmentos como, teatro,
música, dança e circo.
Tendo a arte-educação
como a sua principal ferramenta difusora da transformação social em 2012
assumiu a presidência da ONC CAC – Centro de Arte e Cultura – onde mobiliza
agentes culturais na missão de levar arte e cultural para o publico infantil/
infanto-juvenil através de cursos e eventos gratuitos.
Anteriormente a sua
incursão ao CCE/CAC, Tavares produziu shows de artistas como João Bosco, Vânia
Abreu, Flávio Venturini, Barão Vermelho e Espetáculos teatrais como: Pedaço de
Mim (Companhia de Teatro Arte Sintonia – musical baseado na obra de Chico
Buarque de Hollanda), Escombros (estreia da CTTB), Quadrilha (Espetáculo
baseado na Obra de Carlos Drummond de Andrade). Suas produções vêm passando por
diversos Festivais e premiações como: Prêmio FUNART Nelson Brasil Rodrigues,
Edital Manuel Lopes Pontes (Fundação Cultural do Estado da Bahia), FILTE
(Festival Latino Americano de Teatro da Bahia), FIAC (Festival Internacional de
Artes Cênicas), Mostra Cariri de Culturas, FIT (Festival Nacional Ipitanga de
Teatro), MUST (Mostra Universitária Salvador de Teatro - UFBA), ESPICHA VERÃO
(Bahiatursa), HOME THEATRE – Festival Internacional de Cenas do Rio de Janeiro,
entre outros.
Ao final de 2011 volta
a trabalhar com produção cultural assumindo a direção de produção de diversos
projetos, entre eles o Espetáculo “Benedita” (solo do ator Bruno de Sousa), o
projeto “Tricúspide” (com três experimentos teatrais) realizado pelo Grupo
Alvenaria, a direção e coordenação de artistas para projetos como Canibália (da
cantora Daniela Mercury) e ventos para empresas como Petrobras, Odebecht,
Coelba e SESC Bahia. Criou e dirigiu
projetos de grande destaque como o Festival de Teatro Amador da Bahia, o
Olubajé, originado de uma pesquisa baseada na ancestralidade da cultura Afro,
que inclui o espetáculo Lenda das Yabás,
o Debate CRU (Crença, Raça e Universalidade)
e a Exposição Bahia Minha Preta.
SOBRE O GRUPO DE
TEATRO TERRA BRASILIS: ENCENADORES
Surgida a partir de uma
série de Oficinas realizadas na Sala de Ensaios do Teatro Castro Alves, a Companhia
de Teatro Terra Brasilis foi fundada em 16 de Novembro de 2009 com a realização
da Leitura dramática do Texto Escombros, em duas apresentações na Sala do Coro
do mesmo Teatro. Logo em seguida a Cia adquiriu um espaço próprio onde reside e
realiza seus projetos e ensaios. O local também abriga e dá apoio a outros
grupos de Teatro, além de receber projetos e ensaios de grandes profissionais
ligados às artes cênicas.
Trata-se de um grupo
teatral, musical e performático que mescla conscientização e interatividade aos
seus projetos, com o objetivo de levar cultura, alegria e informação ao
público. Motivados pelo desejo de livre expressão, seus integrantes levantam a
tese de uma companhia híbrida, aberta a experimentações, porém sem deixar de
ser uma companhia exclusivamente teatral. Sendo assim, aproveitam para passear
por artes genuínas como o circo, as artes plásticas e por linguagens mais
contemporâneas como a dança-teatro, sempre atrelado à escolha de seus temas e
propostas de encenação.
Nas suas montagens, a
companhia prima por abordar temas contemporâneos que buscam despertar no
público uma reflexão sobre a sua realidade através de histórias elaboradas com
humor e inteligência (sem se prender a clichês, dramalhões ou tradições
cênicas). Por meio de uma linguagem experimental, o ser humano é colocado no
centro das questões em encenações cujas facetas são múltiplas, experimentando
as possibilidades expressivas permitidas por essa linguagem tão ampla e tão
rica, na qual se acham fundidos, a um só tempo, a comédia, a tragédia, a farsa,
o clown e o melodrama. A pesquisa artística realizada pelo grupo tem por
objetivo a aproximação das fronteiras existentes entre o teatro e as demais
artes, trazendo para o seu universo lúdico a expressividade característica das
outras maneiras de se fazer e de se pensar arte.
A CTTB trabalha
intensamente na pesquisa de um teatro essencialmente experimental, sem perder
ou definir uma linha própria de pesquisa. Tal inquietação artística produz uma
série de iniciativas culturais e cria projetos que conjugam coragem, ousadia e
um intenso detalhamento artístico por meio de um entrelaçamento de tradição e
cultura contemporânea. Essas são as bases do trabalho desenvolvido pela CTTB -
Companhia de Teatro Terra Brasilis. Release Espetáculo “Lenda das Yabás”.
qndo vcs vem pro rio?
ResponderExcluirE quando vem para SP? Venham logo!
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