terça-feira, 14 de março de 2017

A ancestralidade da cultura afro-brasileira no espetáculo Lenda das Yabás

SOBRE O ESPETÁCULO





Com base na ancestralidade da cultura afro-brasileira o espetáculo Lenda das Yabás estreou em Janeiro de 2012, com um texto entrelaça as lendas de sete Yabás: Yansã, Obá, Ewá, Oxum, Nanã, Otim e Yemanjá, trazendo-as em forma humana valorizando a oralidade das personagens com destaque para o fenótipo de cada uma delas.


A história encenada pelos atores da Companhia de Teatro Terra Brasilis com texto e direção de Fábio S. Tavares, se localiza num passado e tempo indefinidos, onde um Deus (Olorum), agindo de acordo com suas emoções,  lança sua fúria e castiga os homens pela destruição que os mesmos vêm causando a terra. Olorum infertiliza as mulheres (as Yabás) e prende a chuva para que a terra fique seca pretendendo, assim, causar a extinção da raça humana. 


Exu, que consegue chegar a Olorum, torna-se o primeiro orixá e guardião do segredo que poderá salvar os homens e a Terra da destruição e aproveitando-se disso causa diversas armadilhas buscando a vingança pelo mau que os homens lhe causaram, exigindo festa e comida para revelar o tão bem guardado segredo. Ao tentar envolver Oxalá em uma das suas armadilhas Exu é dominado e redimindo-se entrega o segredo a Oxalá, que por sua vez ao chegar ao reino de Xangô revela-o selando a paz entre Olorum e os homens. Mudando seus hábitos e atitudes, ao se conscientizarem e se arrependerem pela degradação que até aquele momento vinham causando a Terra (e aos bens que lhes foi dado de forma generosa pelo Deus Maior) os homens recebem a dádiva de se tornarem orixás.   


Cada uma das Yabás, com seus signos, traz em si a representatividade da essência da vida e da força feminina e dentro desse contexto, agindo com um misto de religiosidade ortodoxa e sensualidade profana, têm papéis determinantes no espetáculo por serem portadoras das forças que regem o mundo e responsáveis pelos ritos de fertilização e de passagem de um tempo para outro. 




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